segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Resumo do projeto ´´ Filosofia, Cinema e Educação``
Por: Mykelle Maya


O ´´ Filosofia, Cinema e Educação `` , projeto de extensão desenvolvido durante o ano de 2009, buscou
reintegrar a filosofia na educação pública de forma dinâmica, desenvolvendo um método pedagógico com a utilização do recurso cinematográfico e de linguagens mais próximas da realidade adolecente . Os monitores universitários se prepararam teoricamente durante o primeiro semestre através de leituras e discussões de textos indicados pelos coordenadores; os professores de filosofia Itamar Aguiar e Jorge Miranda. Após a capacitação teórica, os monitores prestigiaram ao V Seminário Internacional de Cinema, para então darem inicio a parte prática do projeto.

Paralelamente ao conteúdo filosófico, o projeto vislumbra a inserção do cinema enquanto arte e produto intelectual no método programático de ensino. Em um mundo cada vez mais acentuadamente ditado pelas imagens, nada melhor do que sua própria apropriação para desmistificar e despertar uma visão crítica diante elas. Os três monitores construíram o material didático de maneira a causar (dês)construções paradigmáticas de significados. Demos ênfase ao modelo social massivo e alienante, propagado e legitimado principalmente pela indústria áudio visual desde século XX até hoje. Trouxemos com isso a insurreição do Mito ´´ Caverna de Platão ``, onde as sombras seriam as imagens (tele)transmitidas e forjadas do mundo, e o homem intra-cavernoso seriamos nós, satisfeitos com o mundo impalpável, com a compreensão indireta do universo, com o entendimento por meio da percepção individual completamente atrofiada e dependente – cegos à luz do conhecimento.

Por meio da parceria firmada com o programa janela indiscreta, levamos o cinema para a sala de aula. Trabalhamos com filmes pretensiosamente selecionados que nos permitissem a cada discussão sucessiva as sessões, debater sobre os conceitos de liberdade, preconceito, sistema capitalista, publicidade, existêncialismo, e cultura. Exaltando a famosa indagação filosófica do por quê ? De onde origina-se ? Produzimos textos que fizessem nossos alunos refletirem e posicionarem-se a respeito dos questionamentos, trazendo exemplos de suas próprias vidas cotidianas. Mostramos como podemos ser vítimas fáceis e passivas da propaganda intrínseca ao cinema, novelas, e demais armas finas da industria, bem como o lado elucidativo do cinema de arte. Focamos o foco - da atenção e do olhar, a parte e o todo – o referencial do entendimento e da opinião.

Além dos conceitos citados, decidimos aguçar a tal percepção direta do universo, e incitamos a sensibilização dos sentidos – as visões da visão; o olhar que capta e se projeta ; o observador por trás do olhar, a construção do olhar, a paisagem sonora, os supra sentidos ! Planejamos então uma oficina de olhares ao ar livre para contemplar esse ultimo objetivo, através desta foi possível perceber o grau de sensibilidade de cada um, constatar a soberania da visão sobre a igualmente soberana audição, e permitir que cada um deles fotografasse uma idéia, conceito ou metáfora como forma de construção de sentido por meio das imagens interligadas.

Enfim, alcançamos basicamente todas as pretensões iniciais, como também àquelas surgidas ao longo do ano, estabelecemos parceria com o colégio público Dom Climério e nos aliamos a educação do ensino médio, aguçamos o senso crítico, filosófico e sensível dos alunos e, comprovamos o sucesso do cinema enquanto uma excepcional base didática.